Eles esperam pelos sopros
de ar julinos e dezembreiros para tirar a seda do armário. Cuidadosamente, mãos de
todas as idades colam varetas, cortam fitas e constroem rabiolas. Ensinamento
milenar, muitas vezes passado de pai pra filho, outras aprendido nas ruas.
Olhos aguçados para o céu, que está enfeitado de retângulos coloridos; pés
descalços, dedos cortados... Um grito e todos correm, largam suas latas no chão
até que se escuta "tá na mão"
e o vencedor volta com outra pipa debaixo do braço e um sorriso moleque nos lábios.
Eles esvaziam suas mentes e por horas voam alto e longe junto de seus brinquedos. Desenham no ar manobras e dançam livres junto à força dos ventos. Queimados do sol, cansados e contentes, retornam para suas casas somente quando a noite cai e não a mais corrente de vento. Adormecem e sonham com a liberdade que quem solta pipas sente.
Eles esvaziam suas mentes e por horas voam alto e longe junto de seus brinquedos. Desenham no ar manobras e dançam livres junto à força dos ventos. Queimados do sol, cansados e contentes, retornam para suas casas somente quando a noite cai e não a mais corrente de vento. Adormecem e sonham com a liberdade que quem solta pipas sente.