sexta-feira, 24 de junho de 2011

A mulher invisível


Tenho a sensação que estou desaparecendo ou encolhendo e logo vou sumir.
O telefone raramente toca (acho que meu número já não existe mais), meus torpedos não são respondidos (penso que não devem estar chegando ao destino), os currículos não recebem respostas (devem aparecer como páginas em branco) e começo a me perguntar se minha voz está subindo...
É difícil ficar invisível!
Quando quero ser vista faço muito barulho, mas cansa e é péssimo receber atenção “pedida/esmolada”.
Não consigo lembrar quando isso começou a acontecer, mas olho no espelho e já tenho dificuldade para me enxergar.
Sinto que posso falar disso aqui, já que ninguém costuma ler.
Estou triste, choro o tempo todo, mas até minhas lágrimas já estão invisíveis, eu as sinto correr pelo rosto e pelo peito, mas só eu noto!
Eu queria ver, mas não vejo.
Tenho vontades, mas me falta coragem.
Resta aqui tentar pintar com cores fortes o que não consigo entender.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Oiá por nós

Com fé
Com força
Desejo a leveza do ar
Vento venha e me leve para onde eu possa navegar
Com fé
Confusa
Desejo a clareza do mar
Brisa seja suave e não me machuque
Respeite o mastro
Aceite a vela
Acenda o farol pra me guiar
Faça sol
Faça chuva
Alimente esta flor a brotar
Ela foi
Ela será
Ela é sempre tua, aduba a terra para eu florear
Não te nego
Não me negue
Te carrego
Me carregue
Oiá pra cá
Oiá por nós
Oiá por mim
Oiá!

(escrito ao som de Iansã - Maria Bethânia)

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Procuram-se

Sinto-nos sós,
Ninguém é como nós.
Seria minha culpa?
Teria culpa minha?
Alguém é igual?
E se eu por anúncio no jornal?
“Procuram-se amigos de casal,
Para ir ao cinema, teatros, bares, coisa e tal.
Podem também ser solteiros
Desde que se lembrem de serem nossos amigos não só nas festas, mas o ano inteiro.”

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Histórias de Meadora: olhos de concreto, cérebro e coração de confeito

Meadora tinha olhos grandes e expressivos, capazes de transmitir toda e qualquer emoção ou sensação que lhe ocorria.
Mas estas janelas por vezes a enganavam e lhe contavam coisas que não eram nem verdade nem mentira, apenas um desenho desfocado que a imaginação de Meadora produzia.
Não seria problema algum ter uma visão criativa, mas era, era fato: Meadora sofria!
Ela sofria porque seus olhos contavam essas histórias para outro gigante: o coração!
Este era um exagerado que se juntava com o cérebro para criar mais angústia, medo, ciúmes, especulações...
Meadora padecia, pois ou era a rebelde boca que metralhava, ou suas mãos tecendo letras incessantemente e quando os dois já não trabalhavam mais era seu coração que doía.  
Meadora queria olhos mais concretos, um coração e um cérebro menos confeiteiros.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Quem tem medo de dizer "Eu te amo"?

Era uma vez uma pessoa que queria muito ser feliz e espalhar isso pelo mundo inteiro...
O tempo passou e ela continua assim.

Por que o ser humano tem tanto medo de acertar e ser feliz?!
Arrisquem mais, amem mais... Demonstrem mais!


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