quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Histórias de Meadora: o silêncio que precede o esporro

Meadora abriu os olhos e custou a entender que estava caída no asfalto. Um apito nos ouvidos fazia com que ela só conseguisse escutar o som interno da própria respiração. Mãos feridas, pés cortados, o gosto metálico do sangue nos lábios, estilhaços cobriam seu corpo doído e cansado, tão cansado que nem tentou se levantar do chão. Percebeu movimento ao redor, uma vibração... Recordou-se de estar caminhando pela rua e repentinamente um silêncio estranho como se o mundo tivesse parado por um instante seguido de um barulho alto e um clarão que ergueu seu corpo e a lançou longe... Movimento ao redor, vibração aumentando... Seria uma segunda explosão? 

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Obrigada

Agradeço a você pelo favor que me fez, aliás, no plural:

Por ter me levado pra cama naquela noite que não tinha mais nada de interessante pra fazer
Por ter me tocado durante o sexo apenas quando eu coloquei sua mão em mim
Por ter escutado músicas intensas lembrando Dela ao meu lado, você coroou a situação dedilhando Tim Maia!
Por ter virado o rosto quando tentei te beijar em praça pública
Por ter colocado a minha bolsa na minha mão demonstrando o quanto estava ansioso pra me ver fora do seu carro
Mas principalmente por ter me feito enxergar o quanto eu mereço no mínimo alguém que me respeite e não alguém que me faça sentir uma dor que não me pertence.

Obrigada!