domingo, 22 de dezembro de 2013

Sobre meninos e pipas

Eles esperam pelos sopros de ar julinos e dezembreiros para tirar a seda do armário. Cuidadosamente, mãos de todas as idades colam varetas, cortam fitas e constroem rabiolas. Ensinamento milenar, muitas vezes passado de pai pra filho, outras aprendido nas ruas. Olhos aguçados para o céu, que está enfeitado de retângulos coloridos; pés descalços, dedos cortados... Um grito e todos correm, largam suas latas no chão até que se escuta "tá na mão" e o vencedor volta com outra pipa debaixo do braço e um sorriso moleque nos lábios.
Eles esvaziam suas mentes e por horas voam alto e longe junto de seus brinquedos. Desenham no ar manobras e dançam livres junto à força dos ventos. Queimados do sol, cansados e contentes, retornam para suas casas somente quando a noite cai e não a mais corrente de vento. Adormecem e sonham com a liberdade que quem solta pipas sente.

Um comentário:

  1. e as meninas? eu também soltava pipa. época boa que a gente fazia a pipa e até cerol. olha que coisa mais politicamente incorreta, cerol... rsrs

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