Noca estava andando a esmo quando sentiu muita sede e resolveu
entrar no primeiro bar que encontrou. Lugar simples, nada demais, ela não
entendia o porquê de estar tão cheio. Já estava quase indo embora tamanha a demora
em ser atendida quando reparou num rapaz. O garçom tentava lhe entregar sua
bebida, mas ele estava distraído observando o movimento e só escutou da segunda
vez “sua cachaça senhor!”.
Estavam sentados perto e Noca não conseguia
tirar os olhos dele. Era tão lindo, mas carregava um ar tão angustiado... Ele até
passou o olhar comprido por ela, mas não a viu. Ele deu uma tragada longa no
seu cigarro e soltou a fumaça pela boca e pelo nariz, como se estivesse brincando
de fazer desenhos no ar. Noca até pensou em falar com ele, mas era bem claro
que ele queria ficar sozinho. Então em sua mente ela criou um diálogo para
eles, imaginou que ele deveria ficar ainda mais lindo sorrindo, simulou um
brinde... O local estava repleto de casais e Noca se perguntou se ele esperava por alguém. Será que ela estaria para chegar? Ela se levantou para ir
ao banheiro e decidiu que quando saísse, se ele estivesse só lhe pagaria uma
bebida, mas quando voltou só teve tempo de vê-lo olhar no relógio apressado,
terminar sua cachaça e sua cerveja e partir.
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