sábado, 21 de setembro de 2013

Histórias de Meadora: neve e cinzas

Meadora acordou sem saber por quanto tempo dormiu. O coração apertado; a boca salgada ainda guardava o gostinho do mar e sua pele brilhava, coberta por cristais de sal. Planejava tomar um banho de rio, mas quando saiu da caverna avistou muita fumaça no céu e soube na hora de onde vinha. Correu o mais que pode! Seus pés, que ainda estavam feridos de tanto ir e vir, cambaleavam e por algumas vezes Meadora quase caiu. Chegou à praia e não conseguia acreditar no que seus olhos viram: quilômetros de mar congelado! No lugar da antiga areia existia um recuo de neve e cinzas. Dna. Quitéria (a antiga moradora) completamente aflita, as mãos queimadas de suas varias tentativas de fazer fogo e impedir que tudo esfriasse. Meadora temeu por Ele! Ela escalou a barreira de neve e caminhou por cima das águas duras e gélidas. Olhou para baixo e localizou o que ela imaginou ser o coração daquela fundição. Tirou as roupas, os pelos, a pele e completamente nua deitou-se sobre o mar. Seu coração era quente e sem ressentimentos, grande e forte! Meadora penetrou sutilmente os dedos das mãos e dos pés no gelo. Encostou seu ventre, sua boca, seus seios, seu coração naquelas águas. Sussurrou baixinho "não tenha medo, eu vou ficar aqui com você até tudo clarear!" Não importava o passado ou o futuro, Meadora conhecia bem o próprio destino e aceitava sua missão. Ei Barqueiro, você não sabe amar? Não se preocupe: Meadora não nasceu para ser amada!

"
Não tema, não
não há problema, não
se você quiser, eu vou praí
tudo pra fazer você feliz."


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