Meadora estava deitada no chão, recém-nascida, recolhida e
conformada com sua tão conhecida solidão. As lágrimas escorriam por seu rosto,
sentia fome, frio, medo... Foi quando escutou barulho de passos aumentando em
sua direção e rapidamente camuflou suas formas de mulher no corpo de uma menina
e fez silêncio. Um homem a descobriu e aproximou-se tanto dela que quase a
tocou com o nariz. Sem pestanejar ele a tomou em seus braços e secou suas
lágrimas. Retirou o próprio casaco e a envolveu. Há tempos que Meadora não se
sentia protegida, acolhida... Aquele desconhecido lhe era tão familiar... Ele
se levantou e partiu com ela no colo. Meadora estava assustada, mil perguntas
ecoavam na sua cabeça “quem é ele? O que ele fará comigo? Como pretende cuidar
de mim? E quando ele descobrir que não sou tão pequena? Para onde está me
levando?” Os pensamentos de Meadora foram interrompidos por um sono gostoso que
o caminhar do retirante provocou. Ele a embalava e conversava com ela, hora com
palavras, hora por pensamentos e teve momentos que ele apenas a abraçava mais
forte e então Meadora sentia as batidas de seu coração. Meadora experimentava
algo diferente, ela que não sabia confiar em ninguém, sentiu que podia dormir tranquila
naquele colo quente...
"Eu quase não saio
Eu quase não tenho amigosEu quase que não consigo
Ficar na cidade sem viver contrariado."
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Olá,
Obrigada por sua visita, antes de concluir seu comentário verifique se o formulário foi preenchido corretamente.