terça-feira, 22 de outubro de 2013
Ela e o Escuro
Ela abriu a porta da casa vazia e se reconheceu!
Percebeu-se nos móveis silenciosos, no sofá solitário... No porta retratos sobre
a estante, uma foto com um sorriso falso lhe cobrando para ser feliz! Oh Deus!
Ela havia jurado o dia inteiro que não faria mais visitas ao Escuro, mas não imaginava
que o receberia como hóspede naquela noite. "Pode entrar, mas vá antes do
amanhecer, assim que eu dormir..." disse Ela tomando outro gole de rum.
Ela não podia estar bebendo, mas rodava na penumbra com a garrafa na mão.
Cansou de pensar em não pensar, de lembrar de se esquecer, do próprio humor
inconstante. Afundou o corpo na cama e chorou suas lágrimas gordas outra vez.
Fingiu que não estava ali, que era outra pessoa e se perdeu em seus delírios...
Desejou que o tempo voasse, para que as respostas surgissem, para que a cura se
instalasse, para que a transformação acontecesse! Adormeceu falando para as
paredes que já eram suas velhas e íntimas conhecidas...
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