quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Noca: de volta ao bar

Quando ele entrou os olhos dela brilharam! Noca retornava no mesmo bar quase que diariamente na esperança de reencontrar o belo rapaz do outro dia. Mas a alegria que a moça sentiu foi substituída por uma imensa agonia... O jovem se escondia atrás das lentes de seus óculos escuros, mas era possível ver as lágrimas que corriam por seu rosto. Noca chegou a se levantar, mas... Não! Uma força maior que a própria gravidade puxou ela de volta para a cadeira. Era como se ali se cumprisse um ritual, que não devia ser interrompido. Ela percebeu que ele buscava naquele bar um refúgio do dia a dia, uma pausa para seus pensamentos, uma bebida quente para aquecer seus sentimentos, um balcão para apoiar os cotovelos enquanto se entregava ao próprio choro. Noca não desejava incomodar e fez companhia para ele a distância. De sua mesa ela lhe deu um abraço e fez carinho... Imaginou-se pegando um lenço de sua bolsa e secando seu pranto. Já se passavam mais de quarenta minutos e então ele olha para o relógio e sai apressado, como da outra vez. “É... Ele deve estar indo ao encontro de alguém” diz Noca a si mesma com imenso pesar. Agora era a vez dela acender um cigarro, dar outro gole na sua cerveja quente e lagrimar...

(escrito ao som de Tristão e Isolda - Wagner)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Olá,
Obrigada por sua visita, antes de concluir seu comentário verifique se o formulário foi preenchido corretamente.