Quando
ele entrou os olhos dela brilharam! Noca retornava no mesmo bar quase que
diariamente na esperança de reencontrar o belo rapaz do outro dia. Mas a
alegria que a moça sentiu foi substituída por uma imensa agonia... O jovem se
escondia atrás das lentes de seus óculos escuros, mas era possível ver as
lágrimas que corriam por seu rosto. Noca chegou a se levantar, mas... Não! Uma
força maior que a própria gravidade puxou ela de volta para a cadeira. Era como
se ali se cumprisse um ritual, que não devia ser interrompido. Ela percebeu que
ele buscava naquele bar um refúgio do dia a dia, uma pausa para seus
pensamentos, uma bebida quente para aquecer seus sentimentos, um balcão para
apoiar os cotovelos enquanto se entregava ao próprio choro. Noca não desejava
incomodar e fez companhia para ele a distância. De sua mesa ela lhe deu um
abraço e fez carinho... Imaginou-se pegando um lenço de sua bolsa e secando seu
pranto. Já se passavam mais de quarenta minutos e então ele olha para o relógio
e sai apressado, como da outra vez. “É...
Ele deve estar indo ao encontro de alguém” diz Noca a si mesma com imenso
pesar. Agora era a vez dela acender um cigarro, dar outro gole na sua cerveja quente e lagrimar...
(escrito ao som de Tristão e Isolda - Wagner)
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