O dia ainda estava
clareando e Noca já saia para trabalhar. Como de costume, enfiou os dedos
compridos e sem esperança pela caixinha do correio quando foi surpreendida com
um envelope. Sentiu uma onda de calor tomar seu corpo, era uma carta dele! Noca
reconhecia pela espessura do papel, pelo decalque que as palavras intensas
geravam, pelo cheiro doce da carga da caneta... Puxou com tudo e levou o papel
contra o peito que batia feliz e descompassado. Olhou o destinatário e
reconheceu a letra dele, seus olhos sorriram! Estava para perder o ônibus então
correu e guardou a carta no bolso para ler com calma mais tarde. Passada a manhã
e o almoço, Noca foi até a esquina que costumava lhe fazer companhia na hora do
cigarro, para saborear tranquilamente seu envelope. Abriu com cautela e passou
os olhos pelas escritas uma, duas, três... cinco... dez... inúmeras vezes! A
mente e o coração trabalhando em movimentos opostos. Não entendia, mas sentia! Sim,
ainda pairava um certo silêncio entre eles... Noca queria responder, mas só
conseguiu deixar escapar uma única palavra "obrigada!"
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