sábado, 26 de outubro de 2013

O último desabafo

De que serve tudo isso? A quem se destina? Cansada de se lamentar e de sentir todas essas coisas, Ela se prepara para o que deseja ser seu último desabafo "publico"! Percebe que a ferida esta exposta há muito tempo e já não entende mais o porquê se mostrar tanto. Sua intimidade, sua verdade, sonhos, desejos, alegrias, medos... Não muda nada, apenas se sente mais vulnerável. Suas escritas e emoções ficam jogadas no chão da sala como o brinquedo que a criança enjoou e não quer mais. Seus personagens tão reais andando em círculos... Pensamentos perdidos e velozes, que se atropelam e a atingem! Na volta para casa Ela salta do trem numa estação bem distante. Resolveu andar muito na esperança de que o cansaço físico a impedisse de refletir ainda mais sobre o imutável, o inatingível, sobre todas as coisas que não dependem de sua ação. Resultados que não estão mais em suas mãos ossudas. Por fim chega em casa e cai de joelhos... Aos poucos se encolhe em posição quase fetal, grita e chora sabe-se lá por quanto tempo, acolhida por sua própria solidão. Um barulho na janela chama sua atenção, é aquela ventada pré-chuva! Vem para lavar, vem chumbo grosso por ai, cheiro de grandes acontecimentos no ar...

Enfim a narradora aproveita o momento para encerrar seus trabalhos e se despedir.

Adeus!

(escrito ao som de Beirut e Cordel)

2 comentários:

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