sábado, 26 de outubro de 2013

Carta para Pablo

Noca entra no bar e vai direto ao balcão. Chama pelo garçom mais antigo e descreve um rapaz: “Pablo! Pela descrição só pode ser ele!” responde o velho senhor. Noca deixa com ele um envelope e pede para que entregue ao Pablo se um dia ele retornar a aquele bar. Dentro uma carta escrita assim:

“Não sei seu nome, nunca me sentei com você, na verdade eu não te conheço e sei tantas coisas... Já sequei suas lágrimas muitas vezes, já dividi com você a cerveja e o cinzeiro, em meus delírios já estivemos na mesma cama fazendo amor! Mas sei que nada disso é real ou poderia ser, porque sempre que crio coragem de me aproximar, sempre que você de alguma maneira pressente que pode estar perto de ser feliz, você se levanta apressado e vai ao encontro de algo ou de alguém... Parece que pula de barco em barco, sem rumo, sem destino...

Eu lamento que você sofra tanto, doeu e mim cada pesar seu, mas reparei quando estive aqui da última vez que desde que te vi só tenho olhos para você... Que lança seu olhar cumprido sem nada enxergar, somente sua dor e seus conflitos.

Não pretendo voltar aqui, mas deixei uma cerveja paga para você, o nosso último brinde!
Desejo que você seja muito feliz... Queria apenas que você soubesse que um dia alguém que nunca quis te incomodar gostou de verdade de você!
Um beijo

S.E.
Noca”


Noca saiu apressada com medo de trombar com o Pablo no caminho. Aos poucos sua imagem foi sumindo na rua, sem deixar rastro do seu destino.

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