De que serve tudo isso? A
quem se destina? Cansada de se lamentar e de sentir todas essas coisas, Ela se
prepara para o que deseja ser seu último desabafo "publico"! Percebe que
a ferida esta exposta há muito tempo e já não entende mais o porquê se mostrar
tanto. Sua intimidade, sua verdade, sonhos, desejos, alegrias, medos... Não
muda nada, apenas se sente mais vulnerável. Suas escritas e emoções ficam
jogadas no chão da sala como o brinquedo que a criança enjoou e não quer mais.
Seus personagens tão reais andando em círculos... Pensamentos perdidos e
velozes, que se atropelam e a atingem! Na volta para casa Ela salta do trem
numa estação bem distante. Resolveu andar muito na esperança de que o cansaço físico
a impedisse de refletir ainda mais sobre o imutável, o inatingível, sobre
todas as coisas que não dependem de sua ação. Resultados que não estão mais em
suas mãos ossudas. Por fim chega em casa e cai de joelhos... Aos poucos se
encolhe em posição quase fetal, grita e chora sabe-se lá por quanto tempo,
acolhida por sua própria solidão. Um barulho na janela chama sua atenção, é
aquela ventada pré-chuva! Vem para lavar, vem chumbo grosso por ai, cheiro de
grandes acontecimentos no ar...
Enfim a narradora aproveita o momento para encerrar seus trabalhos e se despedir.
Adeus!
Adeus!