sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

O último que sair, por favor, encoste a porta!

Sem exagero algum, 2010 foi um ano divisor de águas, ao menos nestas primeiras fases desta que eu pretendo que seja uma longa vida.
Quem me conhece sabe que tenho muita fé em Deus, sou extremamente religiosa e supersticiosa: umbandista temporariamente no banco de reservas (história longa, fica pra outro post. PROMETO!) tenho certa cisma com anos pares, mas este foi ótimo!
Tomei decisões dificílimas e de grande importância, amadureci pessoalmente e profissionalmente, conheci pessoas maravilhosas, vivi paixões deliciosas, dei muitas risadas, derramei algumas lágrimas, foi algo ao estilo JK- 50 anos em 5, para mim 10 em 1.

Começo de Outubro e final de Dezembro são períodos que eu não durmo muito bem considero meus dois momentos de renovação, fico repassando todos os acontecimentos bons e ruins, e tudo que deveria e não acontece para o mundo, faço minhas reflexões e diariamente vou elaborando meus pedidos para o próximo ano, pois à meia-noite estou emocionada demais e só consigo rezar, agradecer e pensar em Deus.

Para estes 365 dias que se vão deixo algumas chefes bipolares; “amigos” interesseiros; medos infundados; óculos cor-de-rosa e inseguranças e levo comigo amigos verdes, azuis, rosas, multicoloridos; ideais reforçados; sonhos prestes a serem realizados; vários encontros comigo mesma; um amor mágico dentro do meu coração; uma aliança no dedo e como sempre a certeza de que a cada dia sou mais feliz!

A todos vocês que sabem que fazem parte da minha vida, alguns mais distantes e outros grudados, felicidades, sucesso, prosperidade, saúde e MUDANÇA.

Feliz 2011!

O último que sair, por favor, encoste a porta...

sábado, 11 de dezembro de 2010

Ocupado?

O que rompe este fio tão delicado?
Qual o nome deste bichinho danado que mastiga os laços até desmanchar?

Depois de um simples e inocente recadinho de uma amiga no
Facebook comecei uma reflexão sem fim sobre quando, como e onde as relações terminam...
Conclui que as pessoas estão ocupadas demais!
Ocupadas demais para sorrir para alguém, para informar as horas, para dar um bom dia decente, um abraço na mãe, surpreender a namorada, para responder uma pesquisa de rua,  para olhar nos olhos do outro, ocupadas demais dentro de seus quadrados.
Tanta pressa pra fazer o que mesmo?
Já nem sabem mais...
Apenas andam roboticamente, comem apressadamente, dormem pouco e vão deixando de ser felizes tornando gradativamente as coisas ao redor tristes.
Aos poucos frios e solitários, os ocupados viram prisioneiros da vida que não sonharam e que na verdade sempre detestaram.

O individualismo deixa o indivíduo sozinho!

Ao meu ver, relações são como plantas: precisam de água, sol e liberdade... digo, ar em medidas precisas para que possam crescer e florir.

Já cuidou da sua planta hoje?

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

O Nome Dela

A saudade pega a caneta e se coloca a pintar
Desenha o nome dela e grita "volta!”
Enche balão e solta
Põem carta no correio
Cachorro pra farejar
Joga até garrafa nas ondas do mar...
Suspira longo
Sussurra “namorada”!
Ela faz falta!
E quanta...
Como é amada
Cadê Amanda?

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Perdoai as nossas ofensas... Amém

Procurando sobre o assunto deste post encontrei um texto pra refletir:
“O sentido primário de perdão é o de remissão da culpa, ou seja, a desculpa.
Porém, para que o perdão possa existir, há, necessariamente, que existir o que perdoar. Portanto, para que se possa exercer o perdão, obrigatoriamente há que existir, assumidamente, a quem perdoar.

Perdoar a quem não admite e/ou assume a culpa, pena ou dívida, equivale a coisa alguma.”


Acredito que o perdão é um dom divino, é algo grande e profundo que nem sei descrever.

Tão forte quanto o arrependimento, perdoar e ser perdoado são ações libertadoras, dão leveza, tiram os nós, desfazem malas e bicos.


Mas qual é a origem do perdão?

Só pode ter nascido dentro de Deus, que precisava criar algo capaz de superar a dor, um cicatrizante para que ele voltasse a nos olhar com carinho: fez-se então o perdão.

Me pergunto se não erramos em sempre perdoar, não estaríamos ensinando o mundo a persistir no mesmo mal?

E quando ainda dói, pra que bancar o superior?
Não sei se quero o perdão, porque não sou egoísta em pedir algo que em dados momentos não sou capaz de dar.

E o que é perdoar?

É esquecer?
É ignorar?
Pra mim é entender o que aconteceu, mas isso não quer dizer que eu deva abrir espaço para novamente a lamina me penetrar.

ELE quer me ensinar...
Eu quero aprender...

Te perdôo.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Na ponte

Todos os dias ela se levanta.
Abre os olhos com preguiça e se estica feito um gato na cama.
Sabe a ordem das coisas: tomar banho, se vestir, conferir a bolsa, pendurar a toalha, uma última olhada no espelho, pegar as chaves, pegar o ônibus, pegar o trem, seguir o caminho...

Não sabe o que ele contém, imagina estar nele: no caminho!
Mas tem dias que não sente qual é a cor e a roupa que deve vestir, não sabe para onde seguir e tem vontade de parar, de se sentar na ponte e ver tudo passar depressa, rezando para essa incerteza correr tanto quanto as águas, os ventos, tanto quanto a luz e fugir dali.
Não consegue se mover, fica congelada, presa na música que colocou pra repetir.
Não quer prever o próximo capítulo, quer apenas que seu coração lhe diga se deve continuar lendo aquele livro.
Não sabe...
Não sabe andar no escuro, pisando com tanto medo que nem consegue sentir...
Não sabe!
A outra mulher, a mais velha, diz que ela sempre tem uma frase, um argumento, uma justificativa pra tudo.
Hoje ela se sente sem palavras.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Um dia de fúria

Filho de uma puta!
Desliguei o telefone com uma baita raiva do mundo e de todos os seres vivos que possuem polegares opositores!
CA-RA-CA! Ninguém favorece ninguém mesmo! Eu que sou uma idiota de esperar algo bom deste lixo de planeta!

Apaguei na hora o número dele do meu celular, não queria mais correr o risco de ligar pra ele, não importava qual seria o possível motivo...
Comecei a fazer uma prece: Deus, abençoe a vida destes chupa cabras do inferno sempre e que nada que estes vampiros malditos precisem venha parar em minhas mãos, porque não interessa o tamanho ou a textura do objeto, eu enfio na bunda, mas não dou!
Como estava passando sobre aquilo que um dia foi um rio me imaginei com o último copo com água potável da galáxia nas mãos - Você sente sede? Os peixes também! Anh? Não tem peixe neste rio? Quem disse? Mesmo assim, não vou dar pra você: bebam água limpa capivaras! HAHAHAHA!

Sim, surtei!

Tive uns dias de cão, to cansada do egoísmo desta merda de humanidade, da pra contar nos dedos as pessoas realmente boas e de luz que eu conheço e elas não se enrolam a um pisca-pisca ou colocam plaquinhas em sua volta dizendo ser o que não são.

Fiquei pensando em como tudo é muito caro para determinadas pessoas!
Dar passagem para o outro carro, levantar para um senhor de idade se sentar, respirar fundo e não gritar com quem não tem nada a ver com seus problemas: TUDO ISSO É MUITO CARO PARA UNS!

Meu rompante foi interrompido pelo sorriso da moça que trabalha na empresa ao lado.
É, pra ela ser doce é normal...

Me deixem desistir!
Mas não deixam, na cozinha do meu trabalho dou de cara com uma amiga incrível que me dá um abraço pra melhorar meu humor... Hhmmm que gostoso.

Parem! Tenho direito de sentir essa raiva.

O telefone toca.
Deletei o número do celular, mas ainda lembro os primeiros dígitos de cabeça: Ná, comprei seu croissant!
...
...
...
Ai Deus... Recebi um torpedo... Que vergonha, ganhei outro croissant (este de cho-co-la-te)!
...
...
...
Ok, eu não tenho tanto direito de sentir essa raiva, não quero e nem preciso nutrir isso...
O mundo nem é tão cruel assim!
Eu não sou assim!
As pessoas são tão falhas quanto eu.
Darei outra chance a eles, só assim terei mais uma chance para aprender e evoluir também.

Obrigada pessoal, por me ajudarem a enxergar que ainda tem lugares bons pra se viver.

Passou...

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Desnuda


Nunca tive problemas com a nudez, aliás, chegando em casa a primeira coisa que faço é tirar a roupa. Meu pai sempre ficou uma fera comigo. “Aaahhh, quem não quer ver estrelas que não olhe pro céu!”
A nudez pra mim é algo tão comum. Estrias, rugas, celulites... Conta pra mim: quem é naturalmente perfeito?
Não estou falando que amo as minhas imperfeições e canto pra elas na hora de dormir, mas as tenho!
Vale negar?
Se você quiser, vale sim!
O que não dá é para viver de cartões de visitas e achar que o real são as fotos bonitinhas do facebook.

Agora me diz: quem nunca contou uma mentirinha, beijou alguém e depois não ligou?

Quem nunca comeu um salgadinho no mercado e saiu sem pagar, falou mal de alguém, tomou um belo porre numa festa, deu na rua e, depois de tudo, preferiu fingir que esqueceu?
Quem?
Santos na Terra?
Aham... Amém!

Eu falo alto, sou bocuda, bebo (e ronco quando bebo), tenho espinhas, choro (de dor, de amor, de alegria, de tanto rir...). E AMO, ai como amo!

Qual o problema em tirar a roupa, em viver sem máscaras, ou achar que vive sem elas?
Para mim pode ser com a luz acesa, algumas velas perfumadas... Claridade e transparência nunca me incomodaram.

Tem horas que penso me expor em excesso.

Mas sou assim!
O fato de falar demais não quer dizer falar sobre mim, isso é que ninguém nunca entendeu.
Agora se não posso declarar nem aqui...
Aqui é onde conto as histórias de mim, por mim, para mim, e umas sem mim – eu confesso.

Quero ir a uma praia de nudismo.

As pessoas são mais verdadeiras lá?
Tem menos medo de ser quem são?

Tô arrancando a roupa e a pele de todas as mulheres que existem em mim e não adianta elas espernearem, vão se olhar no espelho e pronto!

Algumas resistem mais, outras levantam e vêm por si.
Não importa, o bom é vir!

Sabem o que realmente acho incrível? O fato de as pessoas serem capazes de mentir tanto para elas mesmas.

Mais que incrível, acho triste. Ter vergonha de trocar de roupa na frente da colega eu até entendo, mas se vendar na hora de se despir quando só há você ali?!

Falamos porque acreditamos ou falamos até acreditar?


Chega!


Preciso de um banho, de luz, de honestidade, de folhas, de amor, de língua...
Você vem?

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Estrelas Carentes


Por que se desprendeu da imensidão?
O que te fez desejar menos céu e mais chão?
Por que escolheu a solidão?
Não tinha espaço?
Não tinha laço?
Não quis contato?
O que te fez desejar menos céu e mais chão?
Não gosta de brilhar?
Não gosta de sonhar?
Não quer viajar?
O que te fez escolher queimar intensa por um momento e desaparecer?
Acho que as estrelas são carentes.
Brilham em seus redondos, mas não se falam!
Brilham em seus redondos, mas não se abraçam!
Acho que as estrelas são carentes!
Hoje vi uma estrela cadente.
Faz pedido?

segunda-feira, 12 de julho de 2010

"Mas lendo atingi o bom senso"

"Grande vazio me invade hoje.
O que estamos fazendo com nossas vidas?
Sabemos? É importante saber? Ou sentimos?
Importa sentir e não saber? Ou saber é a melhor forma de sentir como já disseram antes?
Não sei o que estou fazendo, tampouco sinto como antes.
Sim, acho que em algum momento passado cheguei a sentir forte algo que bastava por si. Hoje não alcanço aquilo.
Meus passos têm se demonstrado retardados em relação a tanta vontade que me orientava noutrora.
Mas o tempo é coisa inventada, isso eu sei. Será que estou tão forjado pelos outros que dei pra inventar minha prisão temporânea? O que vocês tem inventado?
Seus passos fazem sombra na trilha em que caminham?
O que pretendem com a faculdade, o trabalho, sua energia de vida?...” por R.H.

Querido,
Foram tantas questões levantadas por você
São tantas as que o mundo me obriga a fazer
Mais ainda as que me movem, as que fazem a sociedade caminhar.
Algumas vem com respostas prontas, que não descem por minha garganta, tão pouco pela sua, ou melhor, não descem na garganta de todos nós.

A humanidade nos obriga, ou tenta nos forçar a determinados padrões, mas quem é a humanidade se não nós mesmos?Então quem ou o que deve ser mudado?
Algo deve ser mudado?
Algo deve ser mudado!
Fora ou dentro?
De dentro pra fora?

Juntos
O que é ser junto?
Como é estar juntos?
Que ligação forte é essa?
De que dimensão isso vem?
Eu acho que estamos sim todos nessa, unidos, seja lá o que isso signifique.

Não sei se alguém tem as respostas, não sei o que mais falta, mas entendo o que está sobrando.

Admito, tem horas que me deixo levar pelo sistema.
Tem batalhas que acredito que não serão vencidas por nossa geração, mas isso não quer dizer que não devemos continuar lutando, afinal o que eu acredito nada mais é do que a minha crença, não é nenhuma verdade absoluta.
Afinal, existe alguma verdade absoluta?
Claro que não.
O que serve para você nem sempre vai servir pra mim.

37, 38, 39...
P, M, G...
44.158.197-X
O que somos afinal?
Pesos, medidas, números, peças, coisas a serem rotuladas, classificadas, o que somos afinal?

Pensamos demais?
Agimos “de menos”?
Sentimos errado?

O meu caminho está certo.
Dentro do incerto, do imprevisível, do incontrolável.
De olhos fechados e peito aberto eu sinto, eu sei que está.

Ainda não sei aonde devo levar meu artesanato pra vender amanhã, mas amanhã é só amanhã...
Não me importa se as coisas não vão sair como o planejado (não existe mais o “planejado”), elas só não devem sair do rumo, perder o foco.

Escuta seu coração!
Será que ele se calou?
Não!
Eu acho que ele esta apenas sussurrando.

terça-feira, 6 de julho de 2010

A Copa da Disney segundo Freud


Sem a menor sombra de dúvidas esta Copa era um verdadeiro conto, o problema é que nesta fábula de nada adiantou rezar pelo toque milagroso da varinha de condão de todas as fadas - incluindo a dos dentes, já que em muitas culturas estes ossinhos trazem sorte - o final não foi o tão sonhado Hexa.

Mas a psicologia explica perfeitamente o que aconteceu: devido o stress, nosso técnico sofria de múltiplas personalidades.
Sim, porque nos últimos meses, Dunga foi praticamente todos os anões da famosa história infantil.
O distúrbio teve início na fase da convocação, Dunga era o Mestre!
Achava-se o todo poderoso movido pela razão, não dava ouvidos a ninguém.
Depois de tanto bulling que sofreu da imprensa (ó coitadinho) desenvolveu uma alergia psicossomática e numa mistura de Dengoso e Atchim ficou Zangado e proibiu que filmassem os treinos e suas táticas ultra-secretas.
Acho que ele esqueceu que nossa melhor arma sempre foi a alegria e não aquele futebol previsível e sem saída.
Ele olha pro banco de reservas e qual a surpresa?
Não tem surpresa! Temos de prato principal o mesmo que foi servido na entrada.
No final tudo o que Dunga queria era ser Feliz e tirar aquela Soneca tranqüila que ele mesmo sabotou com esta “revolucionária” convocação.
Para o telespectador, pro cidadão que ficou compensando horas de trabalho pra poder folgar nos dias dos jogos e beber aquela cervejinha gelada, soprando alucinadamente suas cornetas e vuvuzelas, nem tudo está perdido.
Poupe suas energias que este título será conquistado dentro de casa.
Afinal, somos brasileiros e não desistimos NUNCA! 

domingo, 20 de junho de 2010

A Festa do Boi e de Algumas Bestas

A história é mais ou menos assim:
- Em uma fazenda do interior do Maranhão eram criados muitos animais, dentre eles o predileto do dono, o boi Bumbá.
Lá trabalhava Negro Francisco, casado com Negra Catirina que estava grávida.
Certo dia, durante uma festa, a Negra teve um desejo incontrolável de comer a língua de Bumbá. Francisco, com medo que seu filho nascesse fraco, sumiu com o boi e cortou-lhe a língua, atendendo à vontade de Catirina.
O dono do boi, depois de muito procurar por Bumbá, o encontra morto. Todos se lembram do desejo de Catirina e o fazendeiro ordena aos índios da propriedade que saiam à caça de Francisco.
O Negro, assustado, entra na floresta e encontra um Pajé que resolve ajudá-lo. Por meio de um encanto, o índio curandeiro devolve a vida ao majestoso boi que ganha uma festa ainda mais grandiosa, desde então, comemorada anualmente.

Aqui em São Paulo, mais  especificamente no Morro do Querosene, Butantã, essa festa é representada em três partes: (re) nascimento, batismo e morte.
Eu não sou da comunidade nem do grupo Cupuaçu, que organiza a manifestação, mas fico completamente emocionada e encantada com a festa.
Minha viagem é a representação folclórica de todas as fases de tudo o que acontece na nossa vida, um ciclo em constante movimento.
Ontem (19/06/2010) foi o batizado do Dançarino das Ladeiras (nome que o boi recebeu este ano) e eu também me dei um novo nome e me reapresentei a Deus.
Mas claro que entre cirandas, cocos, maracatus e a dança do boi tinham as bestas, ou melhor OS BESTAS.
Acreditam que perto do fim da festa dez caras bateram em um rapaz até ele desmaiar?!
O que justifica a agressão?
Que porcaria de mundo é esse em que uma trupe de feras agride uma pessoa até deixá-la sem consciência?
Fiquemos com as lembranças bonitas e mágicas desta festa e falemos da ignorância do bicho homem em outro post.

Meu Adorável Silêncio

De tempo em tempo, toda pessoa que é agitada e faladeira como eu precisa se calar.
Mas como explicar ao mundo esse momento intro?
Preciso mesmo gastar a saliva, o tempo, as idéias, estragar essa ocasião sendo que tudo que quero é passar discretamente?
Até meu respirar deve ser baixinho...
Se quiser saber, não suponha: pergunte, mas por favor, aceite um possível não.
Não é tristeza, é paz
Não estou perdida, estou me reencontrando
Quero entrar no quarto e ficar só comigo.
Quero escrever, desenhar, cantar, reorganizar.
Reorganizar meus sentimentos, meus filmes, minhas gavetas, meus pensamentos...
Quero olhar o mapa e rever a rota.
Todo dia é dia de aprender
Todo dia é dia de mudar.
Mudou muito, da energia emanada ao apetite que anda retraído...

terça-feira, 15 de junho de 2010

Adeus

Por que escrevo?
Hoje escrevo porque me despeço, porque agradeço tudo o que foi bom.
Exorcizo esse sentimento, não prometo ser pra sempre, mas pelo tempo que mereço me ver livre deste amor.
Escrevo pra você, meu vício predileto, meu paraíso liberto, meu brinquedo sério, minha energia diferente.
Meu, todo meu!
Mas aprendi que o que amo deixo livre, porque não se vende carinho em caixinhas tetrapak e se vender eu não compro.
Amor não é aprisionado é conquistado e sempre achei que os pássaros ficam lindos fora da gaiola.
Vai voar, eu também vou.
Levo na boca o seu gosto quente e em meu nariz o cheiro do fumo de palha que apagou.
Meu menininho
Meu amante
Meu segredo
Adeus...
Com Deus
Sem dor
Eu me despeço e te entrego
Você é seu
Porque não tem dono o amor. 

Cobertor

Queria dizer que não te sinto, mas sinto e muito
Já sinto sua falta!
Queria dizer que você não é homem, não meu homem, mas e daí?
Tão pouco eu sou sua mulher.
Mas fui
Fui inteira, em todas as horas e a cada segundo que ao seu lado sempre parou.
Queria saber em quem você pensa, mas eu penso que já sei.
Você pensa?
Eu prefiro que sinta.
Que sinta a minha ausência, o perfume das minhas roupas, o cheiro do meu cabelo no seu travesseiro e que abrace mais uma vez o seu cobertor.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Faça o que tem de fazer AGORA!

Eu tenho uma teoria simples que se aplica pra leitura, escrita e diversas situações não concluídas: não estava pronto!
Sabe aquele filme que você só pega da metade? Aquele livro que não sai da página 30? E aquela carta que nunca conseguiu terminar?
Minha sugestão?  Volte a fita e as folhas um pouco, tem algo antes que você precisa assimilar pra poder seguir em frente.
Não estou dizendo que devemos aceitar que não rolou e sim que devemos perceber o “porquê” e concertar!
Aja rápido, antes que a vida lhe ordene que faça o que tem de fazer agora!
Pare de empurrar com a barriga: se é pra terminar tenha culhão e faça; se é pra pedir escolha o momento e peça; se é pra discutir só termine quando resolvido!
Eu particularmente tendo a sofrer por antecedência, não sei esperar e quando ha algo que parece me bloquear vira logo o foco, torna-se meu objetivo entender, estudar e transpor, só assim volto a comer e a dormir bem!
Tem muita coisa acontecendo agora, é um momento de reforma e construção frenética na minha vida...
Crescer não é fácil (tudo bem, ninguém disse que seria), trabalhar, estudar, namorar, sair com os amigos, comprar comida, lavar roupa, assumir falhas, reparar erros...
São várias matérias e dá um frio na barriga...
To conseguindo!
O importante é não ficar esperando muito da vida e sim, fazer acontecer; Se abrir para os bons momentos e aproveitar todas as oportunidades.
Se abrir para os bons momentos...
Abra os olhos!
A vida é cheia de oportunidades, vamos combinar o seguinte: Nada de desperdiçá-las.
Se me dão licença, preciso agir agora!

terça-feira, 8 de junho de 2010

Sempre Sim


Não quero dosar o que sinto
Não sei
Não quero saber
Não ouse tentar
Não quero controlar as palavras
Quero falar na hora, sem esperar
Quero beijar agora
Não quero mel no conta-gotas
Não sei ser morna, sou intensa, pegando fogo, até as últimas conseqüências e até o fim
Tem fim?
Tem sim.
Minha mãe diz que não há coisa que eu diga que eu não faça... É verdade
É defeito?
Não quero tudo do meu jeito, quero apenas ser do jeito que sou
Não quero dizer não
Eu sou assim
Sempre sim
O medo não combina comigo, nunca me vestiu bem
Sou pele de onça, sou a própria onça
Não tenho que esconder
Não há o que não mostrar
Ou há?
Sempre sim, sempre há
Também não dá pra rasgar o véu
Eu sei
Mas tenho vontade de rasgar o peito e mostrar a cor do que incendeia
Também... Eu não sei expressar tudo
Longe de mim engolir o mundo, quero saborear
Amar a tudo
Só amar
Sempre Eu
Sempre Sim

domingo, 11 de abril de 2010

And the winner is ... Sandra Onori!


Muito mais que andar e falar, mamãe (e papai claro, mas este fica para outro post) é dona do papel principal da minha vida, pois seu "personagem" me ensinou a sentir e se entregar.

Realmente, ela não é muito fã dos livros de receita (mas cozinha muito bem) e nem é uma daquelas “donas” que bordam e fazem biscuit (isso também é o de menos), mas tenho lembranças de momentos únicos e que só aumentam a cada dia.

Um hábito que sempre tivemos foi o de assistir filmes juntas e isso ajudou a construir parte de minha personalidade “dramática” e esse senso crítico tão notório em nossa casa.

Vivenciei milhares de experiências, lágrimas de compaixão e de tanto rir, tudo sem sequer sair do seu colinho quente.

Hoje tive um momento nostálgico e resolvi recorrer a outro costume entranhado neste DNA: rever filmes, o escolhido “Tomates Verdes Fritos”.
Este dispensa comentários, apenas assistam a história do livro que virou filme. O engraçado é que o nosso nariz começa a fungar na mesma hora então o momento emocionante acaba em risadas quando nossos olhos encharcados se encontram.
De todos que já vimos (e não foram poucos) me vieram de imediato Monty Python - Em busca do Cálice Sagrado, A Cor Púrpura, O Jovem Frankenstein e o já mencionado Tomates Verdes Fritos.

Mamãe é uma mulher bem intensa, que se entrega há suas emoções e não tem vergonha de exprimir seus sentimentos e nisso somos iguais!

Muito mais que ler ou escrever, Sandra me instruiu a amar e os filmes que compartilhamos serão eternas lousas de todo este curso, serão como exemplos ilustrados, história e histórias pra ensinar, envolver e entreter.

Dividimos também um gosto musical parecidíssimo que vai de Elis Regina a banda Phoenix e claro o prazer por nossa eventual cervejinha.

Serei sempre sua aluna rebelde, mas aplicada; fã incondicional e totalmente agradecida por me mostrar as coisas boas e necessáriamente as feias da vida.

S.E.

Biloka

EM BUSCA DO CÁLICE SAGRADO - MONTY PYTHON (1975)


A COR PÚRPURA - STEVEN SPIELBERG (1985)



O JOVEM FRANKENSTEIN - MEL BROOKS (1974)



TOMATES VERDES FRITOS – JON AVNET (1991)




sexta-feira, 9 de abril de 2010

Farinha


Elas são tão diferentes e tão iguais
Uma não pode reparar na outra porque o mesmo faz.
Choronas e geniosas
Impulso e controle numa mistura nada harmoniosa

Donas de sorrisos radiantes,
Em suas faces travessas cercadas por jubas aneladas,
Moram olhos sedentos e brilhantes!
Elas são cheias de força e fricote
E disso não há quem discorde.

Tão diferentes e iguais...
Já são mulheres, ou serão eternas meninas?

Elas são do mesmo saco!
Elas moram no mesmo prato!
Se amam, é confete
Se felizes, serpentina
Quando só, três grãos
Quando juntas, muita farinha.

Nega

inspirado em Teresa de Manuel Bandeira (1886-1968)

Olho com asco,
Que Nega grande e feia
A boca cheia de dentes e braços gordos feito um gorila

Olho novamente,
E Nega é de um sorriso largo, oceano de ternura, de braços feitos pro abraço
Sobre ela eu me deito e sutilmente me desfaço

Olhos tristes, onde está a Nega?
E a barraca da tapioca se silencia, a manteiga de vidro nem era tão saborosa
Sedentos e chorosos, todos imploram “Nega, volta!”

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Leona, perfeitamente mortal


Sem lambe-lambe barato, a três meses “Leona” entrou na lista das mulheres que admiro.
Adoro ler seu blog e ver em suas palavras que somos todos um bando de pirados e que isso é perfeitamente normal.
Ela é toda divertida e cheia de frases e atitudes que me inspiram a projetar e batalhar por algo mais diariamente.
Outro dia ela disse uma que em breve vai virar post, sua exclamação se tornou o título “Sente a bunda e escreva AGORA!” (risos), tem também conselhos profissionais na linha Longo “feedback é um presente, na hora você agradece e sorri só em casa você analisa se gostou, servindo use, do contrário deixa na gaveta que uma hora sempre arrumamos um destino”.
No alto de seus loiros e prováveis 1,80m meio russa e meio italiana: brasileiríssima, ela é super mortal.


Uma dona elegante que também tem dificuldades pra encontrar um simples travesseiro; que lamenta o fim da linha do refrigerante predileto; que tem transtornos obsessivos compulsivos e sabe que papel higiênico tem lado certo; toma um porre vez ou outra e também faz umas fugas da “dieta”; capaz de adestrar um gato, cuidar de um apartamento e de uma casa com mais de trinta moradores malucos e claro, ter uma vida pessoal afinal ela merece.
Na boa? Leona é o bicho!

quarta-feira, 31 de março de 2010

O Caminho de Casa

Sinto falta de ouvir a serenata do grilo, de saber que em uma esquina ou outra posso esbarrar no lobo, de
ver seus olhos tranqüilos dentro de sua própria paz.


Eu olho e já não sei
Seria então uma borboleta? Leve e livre...
Ou quem sabe uma bolha de sabão? Pura e transparente...

O lobo uiva só na lua cheia? Ele anseia só pela Sereia? Ele
respira a areia?


Eu olho e já não sei
Não sei onde ele está, que caminho seguiu nem quando vai voltar só sei que todo bicho reconhece seu canto e sabe o caminho de casa.






segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

"Sem Botões Não Há Flor"


Ela observava o pé de manga sem entender “Aqui sempre deu fruto, antes mesmo de eu nascer! Minha tata comia, minha bisa, primos e primas. Será que meu filho não provaria?”

Foi tanta chuva que caiu 
Transbordou o leito do rio
O vento com imensa força soprou
Que arrancou todos os botões da árvore, não deixando uma flor
O fruto confuso, sem saber à que horas deveria nascer ou morrer
Receoso, resolve que talvez seja melhor nem aparecer...
Fica verde folha a copa de nossa árvore e no meio da tarde o canto desesperado dos passarinhos
Que assim como nós esperarão o ano todinho, mas desta vez não haverá nem sequer um fiapinho...


"Fiona vai casar!"

para Lela com amor...


Quando terminei de ler aquele email não pude conter as lágrimas de alegria: "Lela vai casar!"
Tratei de contar para todos que a conheciam e pro mundo todo; pro gato, pra mamãe, pro Rafa e pra titia.
Me veio na mente um filme com toda nossa trajetória: as brigas por roupa; os ciúmes dos amigos; o nascimento real de nossa amizade ao nos escondermos juntas numa brincadeira de "polícia e ladrão", uma conversa secreta selada pela toda poderosa lua cheia...





Me ocorreu que meu primeiro porre foi com ela e que estava presente no meu primeiro beijo também...
Ela é brava sim, é muito cuidadosa e protetora, já brigou comigo e por mim!
Me lembrei da nossa última Virada Cultural e nossos questionamentos sobre o amor...
E nossa querida "Fiona" encontrou um homem bom que percebeu que é impossível não ama-la e prometeu cuidar, respeitar, amar e proteger nossa menina ou enfrentará a fúria do time mais perigoso que há, o "Ogras Futebol Clube" popularmente conhecido como "As Ogretes".
Sejam Felizes e "que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure..."

"Juntos"

Meu corpo reconhece seu carinho e se rende gemendo, tremendo, temendo...
Quero ficar perto, colado, ao lado, por cima, por baixo...
Juntos... Unidos na liberdade que aproxima, fortalece e não separa...
Beijo quente que me aquece a carne e acolhe a alma,
Mãos precisas que tocam ao todo e os nossos pelos se roçam e vão se enroscando aos poucos.
Beija a flor
Meu beija-flor
Fique se quiser, eu quero.
Enfim ser junto.
Com começo, meio, sem fim...

"Os Olhos D'Água"

Ela é a guerreira mais doce que já conheci, é a segunda das três meninas que nasceram naquele lar.
Ela é mãe, mulher, esposa e trabalhadora (acho sempre importante isso ressaltar, pois nem todas as mulheres são capazes de tudo conciliar)
É religiosa, nas madrugadas se assim lhe for mandado, abandona o calor de sua cama, toma um banho gelado (e não reclama), aquece o nosso e nos banha;
Somos seus e ela nos ama!
Ela é os Olhos D'Água e delas não se esconde nada.
Sabe se é fome, frio ou manha só de olhar na nossa cara.
Ela é firme e amorosa, é o equilíbrio da nossa casa.
Quando chora, dura dias, mas o que reina é a gargalhada.
Ela é a minha mãe.
Ela é os Olhos D'Água.

"Abafado"

Choro abafado
que é pra ninguém nunca saber
como o canto daquele passarinho um dia me fez sofrer

eras belo fora da gaiola, com sua cauda encantada
voava alto, ia longe e pra mim sobraram as bicadas

aperto com força sua garganta
que é pra ninguém te escutar
piando e agonizando na certeza de que irei te matar
ouve minha gargalhada
coloquei os saltos só pra te pisar
dor de amor é doida
e mulher com raiva é vingativa.
sou fera e fui ferida
traidora e traída

passou tudo
segue a vida
e era uma vez uma menina...


para Américo, agora sem rancor