Os fios dele embaraçados... Eram como lãs coloridas,
algumas cores tão vivas que brilhavam no escuro, outras tão negras que me
deixavam sem palavras. Começamos a tecer juntos - por escolha, livre escolha - um tapete, um
caminho... Por algumas vezes a gente notava uma linha estranha e se olhava...
Ele sobrancelha arqueada, cara de medo e culpa. Eu ignorava. Fio estranho
“eliminado”, por conta disso alguns pontos desfeitos, mas logo o tecer
(re)começava. Por algumas vezes a gente notava uma linha estranha e se
olhava... Ele sobrancelha arqueada, cara de medo e culpa. Eu puro desentendimento.
Fio estranho “eliminado”, por conta disso alguns pontos desfeitos, mas logo o
tecer (re)começava. Por algumas vezes a gente notava uma linha estranha e se
olhava... Ele sobrancelha arqueada, cara de medo e culpa. Eu puro desespero.
Fio estranho “eliminado”, por conta disso alguns pontos desfeitos, mas logo o
tecer (re)começava. (Re)começava, (re)começava... Até que cansada desta dança
que não progredia, desta trepada que brecava e o gozo entalava, questiono que
são todos aqueles fios soltos? Faço um pedido: APARA! Devolve os novelos, deixe
que outros possam terminar seus tapetes. Você que reclama o não andar, te livre
destas malas, destas que arrastam correntes. O tempo dele diferente, o processo
caminha, mas por vezes empaca. Por algumas vezes a gente notava uma linha
estranha e se olhava... Ele sobrancelha arqueada, cara de medo e culpa. Eu... eu estou aqui com ele (e permanecerei)! Fio estranho “eliminado”, por conta disso alguns pontos desfeitos,
mas logo o tecer (re)começava!
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