"As revoluções, como os vulcões, têm os seus dias de chamas e seus anos de fumaça" - Victor Hugo
Meadora sempre gostou da chuva, de dormir escutando o
barulho das gotas e do vento empurrando a janela. Como se desejassem molhar seu
corpo e rosto num namoro gostoso e fresquinho. O aguaceiro de hoje foi
especialmente prazeroso, pois ela precisava sentir as forças da natureza
acalmando os seus vulcões. Engraçado como essa lava nunca seca, como esses
calores nunca passam, adormecem temporariamente e logo tornam a jorrar. Dói quando a espuma quente toca o chão. O solo se parte, cortando a carne da montanha, que sofre. A terra treme e a boca do vulcão cospe cinzas, todos correm para se abrigar.
Quando tudo termina e volta à calmaria é possível ver a transformação que tanta
intensidade causou. Se você estiver lá, poderá ver como tudo está em constante
mutação. Mas que banca ficar? Quem aguenta as tempestades, as marés altas e
baixas, quem sustenta o amor, quem tem disposição de adubar o solo, quem tem o
dom de aguar... Quem fica até o final?
Quem viu quem era Meadora e quem terá o prazer de estar por perto e acompanhar?
Meadora fecha os olhos desejando não chorar, mas é inevitável. Por mais que
carregue um sorriso constante nos lábios, mesmo não se queixando de tudo e para
todos, Meadora também passa por turbulências. Ela também tem seus conflitos,
suas dores e (des)amores. Quem quer saber? Quem deseja ouvir? Quem quer ler?
Porque visitar aqui e nada dizer? É dolorido. É solitário. É como sempre. Silêncio... Se é assim fiquem com os de vocês daí e por aqui ficam os de Meadora e os meus.
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