Meadora
colocou tudo na mochila e saiu. Pesou nas costas, mas era a sensação que ela
desejava. Apressada, logo chegou ao destino combinado. Era cedo então acendeu mais um cigarro. “Fumando mais que a Caipora!” – pensou. Olhou para
o outro lado da rua e lembrou-se que há três anos rolou uma tentativa de
término naquele ponto de ônibus. Seria o destino do Paraíso?
Ele chegou sem jeito e ela estava muito agitada. Meadora abriu a bolsa e foi
entregando os pertences que anteriormente residiam na gaveta. Teria acabado ali, mas eles
tinham uma conversa para desenrolar. Algo que talvez estivesse atrasado, mas
era necessário por pingos nos “is”. Ele perguntou se ela queria começar, ela
optou por esperar e finalmente escutou tudo que precisava ouvir. É claro que
ela também falou, conversa esta que o narrador não tem o menor motivo para
reproduzir. Lágrimas rolaram. Quem conhece bem a Meadora sabe que ela se faz de
durona, mas chora fácil. Ele também! Aqueles lindos olhos grandes se derreteram
outra vez. Doeu, Meadora detesta ver alguém sofrer, a vida é feita de escolhas
difíceis, mas sabe: eles vão sobreviver! Na verdade já estão (sobre)vivendo,
tocando seus barcos e seguindo o caminho da estrada. Meadora vestiu a mochila e
teve a confirmação de que estava certa, pois não havia mais peso nenhum a ser
carregado, de ambos os lados. Libertar o outro é se libertar também!
(escrito ao som de Deixar o Barco Ir - Dani Black)
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