quarta-feira, 17 de julho de 2013

Histórias de Meadora: paraíso


Meadora colocou tudo na mochila e saiu. Pesou nas costas, mas era a sensação que ela desejava. Apressada, logo chegou ao destino combinado. Era cedo então acendeu mais um cigarro. “Fumando mais que a Caipora!” – pensou. Olhou para o outro lado da rua e lembrou-se que há três anos rolou uma tentativa de término naquele ponto de ônibus. Seria o destino do Paraíso?
Ele chegou sem jeito e ela estava muito agitada. Meadora abriu a bolsa e foi entregando os pertences que anteriormente residiam na gaveta. Teria acabado ali, mas eles tinham uma conversa para desenrolar. Algo que talvez estivesse atrasado, mas era necessário por pingos nos “is”. Ele perguntou se ela queria começar, ela optou por esperar e finalmente escutou tudo que precisava ouvir. É claro que ela também falou, conversa esta que o narrador não tem o menor motivo para reproduzir. Lágrimas rolaram. Quem conhece bem a Meadora sabe que ela se faz de durona, mas chora fácil. Ele também! Aqueles lindos olhos grandes se derreteram outra vez. Doeu, Meadora detesta ver alguém sofrer, a vida é feita de escolhas difíceis, mas sabe: eles vão sobreviver! Na verdade já estão (sobre)vivendo, tocando seus barcos e seguindo o caminho da estrada. Meadora vestiu a mochila e teve a confirmação de que estava certa, pois não havia mais peso nenhum a ser carregado, de ambos os lados. Libertar o outro é se libertar também!


(escrito ao som de Deixar o Barco Ir - Dani Black)

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