quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

A mensagem, o mensageiro e o caminho

Fico te procurando a cada esquina, sinto que suas palavras moram em mim, hoje olhei bem no rosto do jovem taxista e me perguntei se ele seria como você Ed. Existem milhares de pessoas assim, que sofrem em silêncio, que vão empurrando com a barriga suas vidinhas medíocres, seguem anulando o próprio potencial e jogando fora todas as chances de serem felizes! Vejo que tenho muito de você, como tudo sempre esteve em nossas mãos e ao alcance delas. Quem te disse que não pode? Quem nos disse que não podemos? Quem disse a eles que podem nos falar o que fazer ou como viver?! Espantei-me ao ver que minha amiga não entendia o Jean. Como ela não entende? Como só vê o lado da mãe dele? Será que o Jean fez algo que eu desconheço e se soubesse também entenderia a Simone? Porque só assim para não concordar com as atitudes dele!


Na verdade eu queria bater palmas, queria dar um troféu ou simplesmente dizer a ele que me orgulho e que ele realizou meu sonho, mesmo que por um espaço curto de tempo! Ele sentiu o gosto da “liberdade sustentável” e imagino que deva ser como o sabor de um abacaxi que é doce, mas não enjoa; Ele tocou no seu cabelo de fogo e dançou com ela. Eu queria ser como ele que mantém as melhores qualidades de uma criança: pureza, alegria e nenhum medo! É porque como diria o sábio Wladimir (sem sarcasmo, pura realidade) são os pais que nos põem medo quando nascemos nos advertindo a todo o momento dos perigos da vida “isso queima”, “cuidado que vai machucar”, “não ponha na boca” e afins... “Não vá por aí”... Ela admite que eles, mãe e filho, são absurdamente parecidos e ele tem uma vantagem que ela também admite em silêncio: Ser homem; que me desculpem as mulheres (sem machismo), mas é bem mais fácil para eles, tipo fazer xixi de pé, não menstruar, não precisar raspar seus pelos diariamente (e ficam lindos quando barbudos!), arrumam serviço de qualquer coisa: segurança, garçom, estoquista, pedreiro etc. É bem mais fácil! Você garota, quantos dias consegue se imaginar dormindo em uma barraca, tomando banho de 3 minutos, ganhando pouco, trabalhando 13 horas por dia?! Viu, nem eu consigo me ver muito tempo nesta situação! Mas voltando ao assunto original, ele tem essa vantagem e ela tem o medo, talvez tenha dado errado pra ela, talvez esteja apenas fazendo o papel de mãe, suposições... Voltamos a olhar um nos olhos do outro, Ed já está aqui e não o vi entrar.
Ele me pega pela mão e vai me conduzindo, me tira do escritório, abre a porta do carro e me põem sutilmente sentada no banco...





Penso em Jean.
Não me preocupo mais com quem vai atender ao telefone ou aos pedidos de todos, eu agora só atendo os meus!
Fecho os olhos e sinto o vento em minhas mãos, sinto o poder de mudar tocando meus dedos com tanta força que poço pega-lo como algo concreto!
Quando abro os olhos estamos na Rua Edgar nº 45, e depois na Avenida Harrison nº 13, e assim por diante Ed me leva novamente até aqueles 11 endereços que nos são tão familiares e me conta detalhadamente todas as histórias.

Não somos amigos, namorados ou parentes, somos apenas duas pessoas que se conhecem bem.
Paramos em frente à casa do Ed e ele me conta como foi difícil admitir para si mesmo o quanto era inútil e o quanto lhe fez bem adquirir esta consciência e mudar de vida.
Nós conversamos por horas e quando vejo estamos quase chegando a uma praia, mas não é qualquer praia, esta tem história e significado.
Foi lá que eu e duas amigas descobrimos que nossos destinos são entrelaçados e que temos muita coisa pra “resgatar”, olho pro Ed, olhos molhados, voz embargada e digo; “- Queria que elas estivessem aqui, queria poder olhar pra elas e dizer que sinto muito, que ainda dá tempo, queria que elas acreditassem nisso tanto quanto eu!”





Estou abraçada no Ed chorando e falando pra ele tudo que eu adoraria dizer pra tanta gente... Tantas amizades que não funcionaram, tantos amores que o tempo borrou, tantos familiares que mal tenho contato... Aquela era apenas a primeira de diversas lembranças e inúmeros desabafos. É Ed, você sabe que sua missão não parou naquelas pessoas, que sua mensagem foi muito além, afinal um baralho não se faz apenas de ases.

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