Meadora acordou no meio da noite com a estranha sensação de
ser observada, olhou para o lado e o Barqueiro dormia pesado. Sentiu uma
gotícula de suor que brotou atrás da orelha e foi escorrendo por suas costas,
até chegar ao calcanhar esquerdo, arrepiou! Resolveu abrir a porta e ir na
varanda tomar um ar, foi quando escutou algo (ou alguém) mexer as folhas do
mato, num barulho característico de fuga. Observou e continuou alí, de pé!
Caminhou até o local e respirou fundo, num respiro que trazia todos os cheiros
no raio de todos os quilômetros que a cercavam e captou o odor daquele que
entrou em suas terras.
O perfume era estranhamente familiar, e Meadora rapidamente refletiu sobre ele: A primeira nota, a de saída, era colorida e alegre, artista e sedutora, Meadora gostou e sentiu semelhança na dança sapeca e selvagem que o cheiro fazia. A segunda nota, a do coração, era de personalidade guerreira, porém entristecida, Meadora ainda se viu em algumas partes, na determinação, na força... Mas não na melancolia. Foi na última nota, a de base, que Meadora não teve dúvida! Aquele cheiro de morango e especiarias, de resina e de madeira, cheiro de animal, de fêmea! Meadora que não era boba vestiu sua pele de bicho, de lobo e búfalo e foi atrás do rastro que a outra loba produzia. Quando a alcançou estava diante de sua caverna e por mais que desejasse entrar num arrombo, com a força dos ventos e ares que trazia, não o faria!
O perfume era estranhamente familiar, e Meadora rapidamente refletiu sobre ele: A primeira nota, a de saída, era colorida e alegre, artista e sedutora, Meadora gostou e sentiu semelhança na dança sapeca e selvagem que o cheiro fazia. A segunda nota, a do coração, era de personalidade guerreira, porém entristecida, Meadora ainda se viu em algumas partes, na determinação, na força... Mas não na melancolia. Foi na última nota, a de base, que Meadora não teve dúvida! Aquele cheiro de morango e especiarias, de resina e de madeira, cheiro de animal, de fêmea! Meadora que não era boba vestiu sua pele de bicho, de lobo e búfalo e foi atrás do rastro que a outra loba produzia. Quando a alcançou estava diante de sua caverna e por mais que desejasse entrar num arrombo, com a força dos ventos e ares que trazia, não o faria!
Uivou do lado de fora, uivo doído de quem se sentiu traída
pela própria espécie! Como pode ser tola e achar que Meadora não (pre)sentiria?
Que o próprio Barqueiro, que aportou por escolha nas águas de Meadora não compartilharia tudo?
Meadora espumava de raiva, pois já havia admirado aquela loba, já havia respeitado...
Mas ela tentou entrar no seu espaço e agora o carinho que um dia sentiu se
esvaia!
Voltou para o próprio lar, teve até de fumar um cigarro (que
havia largado) pra se acalmar, deitou-se ao lado do Barqueiro, ele sentindo sua
presença na cama a abraçou forte e então todas as violentas emoções sumiram e
Meadora notou que de fato não havia nada entre aqueles dois corpos, entre o
coração dela e do Barqueiro e adormeceu tranquila. Se ele não deixou a outra
loba entrar não seria Meadora que deixaria!
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