- Em uma fazenda do interior do Maranhão eram criados muitos animais, dentre eles o predileto do dono, o boi Bumbá.
Lá trabalhava Negro Francisco, casado com Negra Catirina que estava grávida.
Certo dia, durante uma festa, a Negra teve um desejo incontrolável de comer a língua de Bumbá. Francisco, com medo que seu filho nascesse fraco, sumiu com o boi e cortou-lhe a língua, atendendo à vontade de Catirina.
O dono do boi, depois de muito procurar por Bumbá, o encontra morto. Todos se lembram do desejo de Catirina e o fazendeiro ordena aos índios da propriedade que saiam à caça de Francisco.
O Negro, assustado, entra na floresta e encontra um Pajé que resolve ajudá-lo. Por meio de um encanto, o índio curandeiro devolve a vida ao majestoso boi que ganha uma festa ainda mais grandiosa, desde então, comemorada anualmente.
Aqui em São Paulo, mais especificamente no Morro do Querosene, Butantã, essa festa é representada em três partes: (re) nascimento, batismo e morte.
Eu não sou da comunidade nem do grupo Cupuaçu, que organiza a manifestação, mas fico completamente emocionada e encantada com a festa.
Minha viagem é a representação folclórica de todas as fases de tudo o que acontece na nossa vida, um ciclo em constante movimento.
Ontem (19/06/2010) foi o batizado do Dançarino das Ladeiras (nome que o boi recebeu este ano) e eu também me dei um novo nome e me reapresentei a Deus.Mas claro que entre cirandas, cocos, maracatus e a dança do boi tinham as bestas, ou melhor OS BESTAS.
Acreditam que perto do fim da festa dez caras bateram em um rapaz até ele desmaiar?!
O que justifica a agressão?
Que porcaria de mundo é esse em que uma trupe de feras agride uma pessoa até deixá-la sem consciência?
Fiquemos com as lembranças bonitas e mágicas desta festa e falemos da ignorância do bicho homem em outro post.