terça-feira, 28 de setembro de 2010

Perdoai as nossas ofensas... Amém

Procurando sobre o assunto deste post encontrei um texto pra refletir:
“O sentido primário de perdão é o de remissão da culpa, ou seja, a desculpa.
Porém, para que o perdão possa existir, há, necessariamente, que existir o que perdoar. Portanto, para que se possa exercer o perdão, obrigatoriamente há que existir, assumidamente, a quem perdoar.

Perdoar a quem não admite e/ou assume a culpa, pena ou dívida, equivale a coisa alguma.”


Acredito que o perdão é um dom divino, é algo grande e profundo que nem sei descrever.

Tão forte quanto o arrependimento, perdoar e ser perdoado são ações libertadoras, dão leveza, tiram os nós, desfazem malas e bicos.


Mas qual é a origem do perdão?

Só pode ter nascido dentro de Deus, que precisava criar algo capaz de superar a dor, um cicatrizante para que ele voltasse a nos olhar com carinho: fez-se então o perdão.

Me pergunto se não erramos em sempre perdoar, não estaríamos ensinando o mundo a persistir no mesmo mal?

E quando ainda dói, pra que bancar o superior?
Não sei se quero o perdão, porque não sou egoísta em pedir algo que em dados momentos não sou capaz de dar.

E o que é perdoar?

É esquecer?
É ignorar?
Pra mim é entender o que aconteceu, mas isso não quer dizer que eu deva abrir espaço para novamente a lamina me penetrar.

ELE quer me ensinar...
Eu quero aprender...

Te perdôo.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Na ponte

Todos os dias ela se levanta.
Abre os olhos com preguiça e se estica feito um gato na cama.
Sabe a ordem das coisas: tomar banho, se vestir, conferir a bolsa, pendurar a toalha, uma última olhada no espelho, pegar as chaves, pegar o ônibus, pegar o trem, seguir o caminho...

Não sabe o que ele contém, imagina estar nele: no caminho!
Mas tem dias que não sente qual é a cor e a roupa que deve vestir, não sabe para onde seguir e tem vontade de parar, de se sentar na ponte e ver tudo passar depressa, rezando para essa incerteza correr tanto quanto as águas, os ventos, tanto quanto a luz e fugir dali.
Não consegue se mover, fica congelada, presa na música que colocou pra repetir.
Não quer prever o próximo capítulo, quer apenas que seu coração lhe diga se deve continuar lendo aquele livro.
Não sabe...
Não sabe andar no escuro, pisando com tanto medo que nem consegue sentir...
Não sabe!
A outra mulher, a mais velha, diz que ela sempre tem uma frase, um argumento, uma justificativa pra tudo.
Hoje ela se sente sem palavras.