segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

"Sem Botões Não Há Flor"


Ela observava o pé de manga sem entender “Aqui sempre deu fruto, antes mesmo de eu nascer! Minha tata comia, minha bisa, primos e primas. Será que meu filho não provaria?”

Foi tanta chuva que caiu 
Transbordou o leito do rio
O vento com imensa força soprou
Que arrancou todos os botões da árvore, não deixando uma flor
O fruto confuso, sem saber à que horas deveria nascer ou morrer
Receoso, resolve que talvez seja melhor nem aparecer...
Fica verde folha a copa de nossa árvore e no meio da tarde o canto desesperado dos passarinhos
Que assim como nós esperarão o ano todinho, mas desta vez não haverá nem sequer um fiapinho...


"Fiona vai casar!"

para Lela com amor...


Quando terminei de ler aquele email não pude conter as lágrimas de alegria: "Lela vai casar!"
Tratei de contar para todos que a conheciam e pro mundo todo; pro gato, pra mamãe, pro Rafa e pra titia.
Me veio na mente um filme com toda nossa trajetória: as brigas por roupa; os ciúmes dos amigos; o nascimento real de nossa amizade ao nos escondermos juntas numa brincadeira de "polícia e ladrão", uma conversa secreta selada pela toda poderosa lua cheia...





Me ocorreu que meu primeiro porre foi com ela e que estava presente no meu primeiro beijo também...
Ela é brava sim, é muito cuidadosa e protetora, já brigou comigo e por mim!
Me lembrei da nossa última Virada Cultural e nossos questionamentos sobre o amor...
E nossa querida "Fiona" encontrou um homem bom que percebeu que é impossível não ama-la e prometeu cuidar, respeitar, amar e proteger nossa menina ou enfrentará a fúria do time mais perigoso que há, o "Ogras Futebol Clube" popularmente conhecido como "As Ogretes".
Sejam Felizes e "que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure..."

"Juntos"

Meu corpo reconhece seu carinho e se rende gemendo, tremendo, temendo...
Quero ficar perto, colado, ao lado, por cima, por baixo...
Juntos... Unidos na liberdade que aproxima, fortalece e não separa...
Beijo quente que me aquece a carne e acolhe a alma,
Mãos precisas que tocam ao todo e os nossos pelos se roçam e vão se enroscando aos poucos.
Beija a flor
Meu beija-flor
Fique se quiser, eu quero.
Enfim ser junto.
Com começo, meio, sem fim...

"Os Olhos D'Água"

Ela é a guerreira mais doce que já conheci, é a segunda das três meninas que nasceram naquele lar.
Ela é mãe, mulher, esposa e trabalhadora (acho sempre importante isso ressaltar, pois nem todas as mulheres são capazes de tudo conciliar)
É religiosa, nas madrugadas se assim lhe for mandado, abandona o calor de sua cama, toma um banho gelado (e não reclama), aquece o nosso e nos banha;
Somos seus e ela nos ama!
Ela é os Olhos D'Água e delas não se esconde nada.
Sabe se é fome, frio ou manha só de olhar na nossa cara.
Ela é firme e amorosa, é o equilíbrio da nossa casa.
Quando chora, dura dias, mas o que reina é a gargalhada.
Ela é a minha mãe.
Ela é os Olhos D'Água.

"Abafado"

Choro abafado
que é pra ninguém nunca saber
como o canto daquele passarinho um dia me fez sofrer

eras belo fora da gaiola, com sua cauda encantada
voava alto, ia longe e pra mim sobraram as bicadas

aperto com força sua garganta
que é pra ninguém te escutar
piando e agonizando na certeza de que irei te matar
ouve minha gargalhada
coloquei os saltos só pra te pisar
dor de amor é doida
e mulher com raiva é vingativa.
sou fera e fui ferida
traidora e traída

passou tudo
segue a vida
e era uma vez uma menina...


para Américo, agora sem rancor